Zyzz: as duas faces do seu legado
Um ectomorfo, fora de certos padrões, entra na academia querendo mudar a sua vida, motivado e cheio de objetivos, querendo “ser alguém”. Uma história nem um pouco rara, a não ser pelo fato de que, repentinamente, esse garoto se transforma em um fenômeno, conquistando uma legião de fãs, criando uma inovadora filosofia para o meio “fitness”, influenciando toda uma geração de “bodybuilders” e tornando-se o pai do movimento da “estética” moderna.
Zyzz falava muito em uma “revolução” em seus vídeos, o que de fato fazia sentido para essa nova filosofia que levava para o mundo da musculação, além da influência que causava em inúmeros jovens em busca de um “físico inexplicável”, sendo sua pose à la Frank Zane a nova definição ao termo “Aesthetics”.
Entretanto, em meio a toda essa ascensão meteórica, infelizmente no dia 5 de agosto de 2011, ele perdeu a sua vida em uma sauna tailandesa. A partir daquele momento surgiu aquilo que os seus fãs chamam de “O legado”, e de fato é inegável que esse australiano nascido em Moscou deixou um, porém, um legado detentor de duas faces: uma delas resplandecente e outra sombria.
Em sua face brilhante temos a história de um rapaz franzino que com muito esforço alcança um físico digno de Apolo, de um modo impressionante, uma mudança que chocou e incentivou grande parte do seu público, levando os mesmos a se motivarem, não só para a academia como para outros objetivos em suas vidas pessoais. Já na face umbrífera do seu legado, há um mar de críticos e detratores, muitos que condenam parte das suas atitudes, a “exposição excessiva” do seu corpo, dentre outros fatores. Nessa faceta também há a questão do que pode ter causado a sua partida ainda tão jovem, do quanto uma possível obsessão pode ter contribuindo em demasia para este fim trágico.
Tendo em vista seu legado dicotômico, após entender um pouco mais esse conceito de “duas faces”, fica possível compreender que há coisas para serem debatidas. Devemos pegar os aspectos positivos, sua motivação e vontade de mudança, pois era isso que Zyzz defendia: uma revolução. Mas, também devemos refletir e pensar no que poderia ter evitado sua morte prematura, considerando o quanto deve ser difícil perceber certos sinais quando a obsessão toma conta de você.
O que resta é tentar imaginar como aquele jovem que causou toda essa “onda de inovação” amadureceria ao longo dos anos, é tentar entender essa herança que o mantém vivo, pelos vídeos, pelas poses e pela memórias de todos aqueles que influenciou e abstrair o melhor disso!
In loving memory of Aziz “Zyzz” Shavershian!